segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

LENDAS INDIGENAS DO SOL


Para os índios o Sol era gente e se chamava KUANDÚ.

Kuandú tem três filhos: um é o sol que aparece na seca; o outro, mais novo, sai

na chuva e o filho do meio ajuda os outros dois quando estão cansados.

Há muito tempo um índio Juruna teria comido o pai de KUANDÚ.
Por isso este queria se vingar. Uma vez Kuandú estava bravo e foi para o mato pegar coco.
Lá encontrou Juruna em uma palmeira inajá. Kuandú disse que ele ia morrer, mas Juruna foi mais rápido acertando Kuandú com um cacho na cabeça.
Aí tudo escureceu. As crianças começaram a morrer de fome porque Juruna não podia trabalhar na roça e nem pescar. Estava tudo escuro.
A mulher de Kuandú mandou o filho sair de casa e ficou claro de novo.
Mas só um pouco porque era muito quente para ele.
O filho não aguentou e voltou para casa. Escureceu de novo.
E assim ficaram os 3 filhos de Kuandú, entrando e saindo de casa.
Portanto, quando é seca e sol forte é o filho mais velho que está fora de casa. Quando é sol mais fraco é o filho mais novo.
O filho do meio só aparece quando os irmãos ficam cansados.






Antigamente, muito antigamente, no tempo em que vivia entre os Tucuna, o Sol era um moço forte e muito bonito. Por ocasião da festa de Moça-Nova, o rapaz ajudava sua velha tia no preparo da tinta de urucu. Ia à mata e trazia uma madeira muito vermelha, chamada muirapiranga. Cortava a lenha para o fogo onde a velha fervia o urucu para pintar os Tucuna. A tia do moço era muito mal humorada, estava sempre a reclamar e a pedir mais lenha. Um dia o Sol trouxe muita muirapiranga e a velha tia ainda resmungava insatisfeita. O rapaz resolveu então que acabaria com toda aquela trabalheira. Olhou para o fogo que ardia, soltando longe suas faíscas. Olhou para o urucu borbulhante, vermelho, quente. Desejou beber aquele líquido e pediu permissão à tia que consentiu: - Bebe, bebe tudo e logo, disse zangada. Ela julgava e desejava que o moço morresse. Mas, à medida que ia bebendo a tintura quente, o rapaz ia ficando cada vez mais vermelho, tal qual o urucu e a muirapiranga. Depois, subindo para o céu, intrometeu-se entre as nuvens. E passou desde então a esquentar e a iluminar o mundo.


 

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